Com legendas em inglês e russo, chegou finalmente às redes sociais o vídeo de desculpas que a campanha #200milliontimessorry produziu após 20 dias de mobilização pela internet brasileira.
A ideia nasceu da diretora de arte Ana Cecília Novis e da redatora Milena Zindeluk, da NBS, indignadas com a brincadeira de mau gosto que brasileiros postaram logo no início da Copa do Mundo da Rússia, levando a uma jovem local a repetir palavras de cunho sexual em português, sem saber do que se tratavam.
Agora, com o encerramento da Copa, um novo vídeo quer mostrar que a comunidade brasileira se envergonha e sente muito pelo ato daqueles torcedores.
Em parceria com os coletivos de mulheres “Não é Não” (Rio de Janeiro), “As Minas” (São Paulo) e “Tamo Juntas” (Salvador), além do movimento “Torce Quem Nem Mulher”, da Força Feminina Colorada (Porto Alegre), os brasileiros rastrearam e compilaram vídeos e postagens de brasileiras e brasileiros pedindo desculpas à jovem russa, publicados nas redes sociais com a hashtag que dá nome ao projeto.
“Esse projeto surgiu da inquietude de quem ficou inconformada com a atitude daqueles brasileiros. Queríamos dizer àquela russa que sentimos muito, que aqueles caras não nos representam e que não aceitamos aquele tipo de atitude”, explica Milena Zindeluk.
Em 20 dias de campanha, a hashtag teve centenas de compartilhamentos nas redes sociais, com homens e mulheres pedindo desculpas em nome do povo brasileiro.
A produção do vídeo contou com a parceria do Studio Great e dos linguistas do aplicativo de idiomas Babbel, que auxiliaram na tradução dos vídeos e posts para o russo, além do inglês. “Nós, os brasileiros aqui da Babbel, achamos a ideia ótima e ficamos felizes em ajudar. Sabemos que algo dito no idioma do outro tem muito mais poder”, afirma Julie Krauniski, Gerente de Relações Públicas da Babbel.
O resultado está sendo divulgado na página do “Não é Não” no Facebook e quer, por meio dos compartilhamentos, chegar até a sua destinatária, na Rússia.
Um dos envolvidos explicou à Janela que, mesmo sem o nome da jovem russa ter sido divulgado — até por questões de segurança –, os organizadores acreditam que a mensagem a alcance. Ainda assim, valerá como conscientização de todos os que assistirem, de que desrespeitos como este não devem se repetir.